No final do ano passado, um garoto japonês resolveu se casar. Mas o que aparentemente era uma notícia boa, na verdade era o sintoma de um grande distúrbio. O problema era a noiva: uma personagem do videogame “Love Plus”, cujo objetivo é exatamente a formação de casais entre os personagens.
Essas formas extremas de se relacionar com os jogos eletrônicos podem parecer até engraçadas, mas significam algo bem mais preocupante para quem as vivencia, mesmo que os usuários não cheguem a absurdos como no caso do jovem japonês. Uma pesquisa realizada pela universidade de Iowa, nos estados Unidos, comprovou que videogames viciam O estudo coordenado por Douglas Gentile entrevistou 1.178 jovens com idades entre 8 e 18 anos e concluiu que um em cada dez destes fazem uso patológico dos jogos eletrônicos. O psicólogo brasileiro, Alexandre Pill afirma que o estudo é importante para alertar sobre o uso crescente dos videogames, usados tanto por adolescentes quanto por adultos.
“O jogo é uma válvula de escape. E o vício é uma forma de encobrir, de compensar problemas que não se consegue resolver” diz, segundo ele, é hora de começar a se preocupar quando a vontade de jogar começa a atrapalhar a vida social. Por exemplo: Se a pessoa, porém, começar a deixar de sair com os amigos, cancelar viagens ou faltar a encontros familiares para jogar, pode ser indício de que a diversão deu lugar ao vício.
Mas ao contrário do que se pensa, o tratamento não é obrigatoriamente a proibição dos jogos ou a exclusão do computador da rotina do jogador. “O vício é só um sintoma é preciso tratar as causas. A vida das pessoas depende cada vez mais do computador como dizer para alguém que não pode mais se aproximar da maquina?”, questiona Pill.
Como Deter o Vício em Computador de seus Filhos
Enquanto o computador é uma ferramenta incrivelmente útil e que pode ajudar você a fazer muitas coisas, passar tempo nele parece ser fácil demais. Muitas crianças têm problemas com gastar bastante tempo conectadas, para a preocupação de alguns pais. O vício em computador, especialmente em alguns aspectos (tais como jogos ou mensagens instantâneas), tem sido descrito como "apenas" um vício mais poderoso que o das drogas, e ainda que seu filho não tenha chegado a esse ponto, seu uso excessivo do computador poderia levar a problemas mais sérios futuramente. Observe que os passos que envolvem softwares (como Keyloggers ou verificação do histórico da web) podem ser facilmente contornados.
- Primeiro, informe a seu filho o tempo-limite dele, e veja se ele é capaz de cumprir o limite sozinho. Isso não irá funcionar, realmente.
- Se ele não puder controlar seu tempo no computador por si próprio (o que provavelmente será o caso, se sua dependência for séria, ), comece a usar um cronômetro. Uma vez que o tempo acabe, seu filho tem que sair do computador. No entanto, algumas crianças descobrem sozinhas que uma atividade pode se tornar entediante depois de um tempo; com a informática não é diferente.
- Estabeleça um limite em sua própria quantia de tempo, para ser um bom exemplo. Se seus filhos observarem que você está seguindo suas próprias regras, então eles estarão mais aptos a seguirem também.
- Se você tem mais de um computador, será preciso monitorá-los para garantir que seus filhos não estão utilizando-os secretamente. Confira o histórico da Internet de seu navegador para saber se há websites lá os quais você nunca visitou (às vezes malware pode ser a causa, e não seu filho. Mas isso se trata de PC hackeado, um tópico separado). Você pode também instalar um Keylogger, que registrará qualquer atividade no computador. Keyloggers, porém, não devem ser usados, por questões de privacidade ou razões de segurança.
Dicas
- Observe que é possível limpar o histórico de Internet. o método mais óbvio é esvaziar completamente o histórico. Contudo, tal prática é utilizada para salvar espaço em disco, e pode não ter a ver com privacidade, portanto não pressuponha o pior. Algumas utilidades da limpeza do histórico tornam impossível recuperar esse arquivo, conhecido como index.dat no Internet Explorer.
- (Tenha em mente que a criança pode não ter feito isso furtivamente -- keyloggers podem às vezes causar lentidão no funcionamento do computador, e talvez ela só quisesse manter a memória virtual livre para jogar.)
Avisos
- Não deixe seu filho substituir todo o tempo que utilizava no computador pela TV ou videogames -- o vício nesses tipos de entretenimento pode ser formado, também. Porém, o vício em TV pode ser considerado "benigno".
- Seu filho pode reagir com raiva quando você seguir os passos para acabar com vício dele -- esteja preparado para lidar com a birra infantil.
Notas
- Lembre-se que há um monte de coisas benignas para ler na Internet.
- Quando as pessoas são novas na Internet, elas irão inevitavelmente cometer erros. Isso é uma experiência de vida. Se seu filho comete um erro online, deixe passar. Às vezes as crianças não possuem habilidades sociais ao usar os sites de bate-papo e aí perdem o interesse por eles. Permita que elas cometam seus próprios erros.
- Se seu filho quer conhecer uma figura pública (i.e. celebridades locais, personalidades da TV, popstars, locutores de rádio etc.) offline, isso é, na maior parte, muito seguro, uma vez que figuras públicas podem ser facilmente identificadas.
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